Rosa Maria Lopes - atualização 2021
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A Viúva Rosa Maria Lopes e a
devoção a Nsa. Sra. Aparecida
A
história da viúva Rosa Maria Lopes, que teria sido a pessoa que iniciou a devoção
a imagem de Nsa. Sra. Aparecida no local que se tornaria a cidade de Estiva no sul da então província de Minas Gerais merece ser melhor estudada
e compreendida. Essa influência religiosa que caracterizou a formação de diversas vilas e povoações no interior de Minas Gerais também se relaciona com outros fatores sociais e econômicos como deslocamento de famílias das regiões de mineração onde o ouro escasseava, uso da mão de obra escrava na agricultura e pecuária e a disputa e ocupação das terras então disponíveis.
No livro: “Estiva que Conheci e Aprendi
a Amar”, do Sr. Newton A. R. Noronha com introdução de Mauro Pio de Almeida, é
colocada em dúvida a existência dessa pessoa. Ver páginas 37 e 87 do referido livro. Vamos aos pontos:
1-
Em 1823 já eram realizados batizados na Capela de Nsa. Sra. Da Consolação
(Capivary) onde atendia o Reverendo
Capelão Antonio Pinto Ribeiro, nesta época, Consolação e Cambuí pertenciam a
Camanducaia na esfera religiosa. O livro de batismos citado a seguir, provavelmente foi passado a limpo pelo Coadjutor Joaquim Borges que atendia
Camanducaia. Quando se olha o original, todos os assentos tem letra parecida, inclusive a
assinatura do referido Coadjutor. Então, esse batizado foi mesmo feito
provavelmente em Consolação e apenas registrado no livro de Camanducaia. Fato ocorrido em 27 de dezembro de 1823, quando é batizada
em Capivary (Consolação) uma criança de nome Inacio, filho de
Jose Lopes e Rosa Maria. Pode ter sido apenas uma coincidência de nomes, não
provando que a mãe seja a mesma Rosa Maria Lopes de Estiva. " Familysearch - Camanducaia - Batismos - 1821 - Jan - 1825 Jan. Imagem -38 de 50. INACIO - Capivary PC Mello: Aos vinte e sete de Dezembro de hum mil oitocentos e e vinte e tres, o Reverendo Capellão Antonio Pinto Ribeiro baptisou e pos os Sanctos Olleos a INACIO de idade de hum ano filho legitimo de JOSE LOPES E ROSA MARIA do Bairro do Capivary. Foram padrinhos João Antonio de Azevedo e Maria Francisca de Moraes todos desta Freguesia e para constar faço este assento. Coadjutor Joaquim Borges.”
2-
Os Mapas da População, foram elaborados entre 1831 e 1838 para a região de
Pouso Alegre, incluindo Estiva, é um documento muito bem elaborado, previsto
por Lei (da província de Minas Gerais), no qual podemos confiar como fonte
histórica primária.
Fig. 1
3-
No levantamento de Pouso Alegre, de 6904 registros 289 eram do quarteirão 23
(Estiva e arredores); destes, apenas 51 eram considerados brancos, os demais
pardos e negros. Essa informação é importante para se avaliar o perfil da
população da época.
4- O registro paroquial de terras de
1856, informa as divisas dos herdeiros de Anna Esmeria Ribeiro: Anna Esméria Ribeira e seus herdeiros; e
suas divizas são as seguintes: = Barra do córrego do meio, Rio Itahim, e por
este dividindo com o senhor Manoel Pereira Balbão athé o alto da serra no
Carapuça, á direita divizando com José da Roza, Fellippe Tavares, Joaquim Lourenço, desce a serra
divizando com Anna de
Moura e Joana Silva, José
Gonçalves de Moura, e Anna
Joaquina , e
Francisco de Souza, e João Pereira da Silveira, e Antonio Vicente (Gomes),
athé ao córrego Espraiado, e pelo vallo com João Silva e Jacintha athé o Rio
Itahim, e por este abaixo athé onde principiam e findam estas diviza. Estas
terras sitas parte na Fazenda Grande, e outras na Fazenda da Estiva. Pouzo
Alegre. Vinte e oito de Março de mil oito centos e cincoenta e seis. Destes nomes citados,
Fellippe Tavares e Joaquim Lourenço apareciam
no Mapas da População no quarteirão 18 (Pantano), Anna de Moura, José Gonçalves de Moura, Anna Joaquina, Francisco de
Souza, Antonio Vicente (Gomes), eram citados como moradores no quarteirão
23, o mesmo de Rosa Maria Lopes.
Fig. 2
5- Essas divisas corresponderiam mais ou menos hoje, uma linha reta
entre a serra do Pantano dos Teodoros, passando pelo Olaria de Baixo, arredores
de Estiva (Espraiado), até o rio Itaim. Outro dado importante conforme já
comentado, os mesmos nomes que aparecem como “vizinhos” de Rosa Maria Lopes,
considerando o nº do Fogo, também aparecem como confrontantes da Fazenda da
Estiva em 1856. Ver tabela abaixo:
Fig. 3
6-
O Almanaque Sul Mineiro de Bernardo Saturnino – 1874, colheu informações de
muitas Capelas, Curatos e Paróquias da região. Certamente levou uns cinco anos
para organizar tudo. Dessa forma, depois dos documentos religiosos da época,
foi o registro histórico que primeiro citou a devoção á Imagem de Nsa. Sra.
Aparecida e suas origens, também se baseou claramente nos relatos orais dos
moradores e principalmente Padres, Capelães e Vigários de cada localidade. O próprio Bernardo Saturnino se queixou em seu
relato, de não ter recebido a tempo e a contento todas as informações
necessárias para seu almanaque. Então, exigir que o mesmo especificasse
claramente se tal morador morou á margem esquerda ou direita de um determinado
riacho e com isso tentar diminuir a veracidade ou importância dos seus dados me
parece um pouco exagerado. Devemos considerar também que a estrada que passava
nas proximidades de Estiva em algum local deveria cruzar o rio Três Irmãos para
seguir um trajeto mais curto e razoável em direção a Cambuí. Esse local é a
atual estrada que saindo de Estiva vai para o bairro da Lagoa. Então, Rosa
Maria Lopes poderia residir do lado direito, mais próximo de Estiva, ou do lado
esquerdo, mais próximo da Lagoa. Isso não faz muita diferença. Outro
dado a considerar é que o rio Três Irmãos era a divisa aproximada
das jurisdições religiosas de Camanducaia e Pouso Alegre, logo, quando os
moradores decidiram construir a primeira Capela, parece lógico também que o
fizessem do lado mais próximo de Pouso Alegre (que seria depois a sede do então distrito ou curato de
Estiva), no terreno mais elevado de propriedades dos Pereira dos Reis. A
igreja católica, muito influente naqueles tempos, também interferiu e não quis
uma devoção iniciada em local que não era de sua aprovação. Ao definir um novo
local a igreja mostrou seu poder. Certamente isso contrariou as intenções de
Rosa Maria Lopes, proprietária da imagem e primeira devota.
A
devoção a Nossa Senhora Aparecida e os Santos mais populares em Minas Gerais
O surgimento da devoção á imagem de Aparecida no local que então viria a se tornar a cidade de Estiva,
coincide com alguns períodos importantes da própria história do Brasil. A
partir de 1808 com a vinda da família real, de Portugal para o Rio de Janeiro,
houve um aumento considerável do comércio principalmente de produtos
agropecuários. O sul de Minas foi um importante fornecedor de gêneros para a
então sede do poder real. Certamente a região de Estiva esteve envolvida nessa
movimentação de produtos e pessoas em direção aos principais pontos de
comércio. Existem informações inclusive de que os proprietários rurais e
tropeiros conduziam quantidades de porcos engordados, vivos, em direção a
Ubatuba onde eram vendidos.
O aumento da devoção e peregrinação de
devotos para a então freguesia de Aparecida também é dessa época. Com o aumento da população e dos peregrinos
foi criada a freguesia em 1842 e o início da construção da primeira Basílica,
uma igreja de grandes proporções para a época, por volta de 1844 e só
finalizada em 1888. É nesse contexto que surge a primeira imagem e devoção a
Nsa. Sra. Aparecida em Estiva.
No local que viria a se tornar a Freguezia, pessoas residiam próximas ao Rio
Três Irmãos, eram na sua maioria pardos e os declarados africanos ou negros eram
poucos, mas praticamente todos escravos. Eram pessoas simples e sem muitas
posses, o que pode ser deduzido pela pequena quantidade de escravos que aquelas
de cor branca possuíam conforme o “Mapas da População” citado anteriormente, indicados para o
quarteirão 23, que compreendia os habitantes da região. Daí a se concluir que
algum viajante ou devoto tenha trazido uma réplica da imagem negra de Aparecida
para a então viúva Rosa Maria Lopes não é um exercício de imaginação. É compreender o contexto da situação
econômica e social da época e relacionar esses dados com as informações da
tradição oral bem como da história escrita de Estiva conforme conhecemos.
Percebemos
também conforme levantamento feito a seguir, que Estiva foi uma das primeiras
Capelas construídas tendo como padroeira e devoção principal Nossa Senhora
Aparecida, na então província de Minas Gerais. Na época isso não era comum,
tanto é que posteriormente se mudou o nome da Capela e padroeira, para Nossa
Senhora da Conceição de Estiva, suprimindo-se “o” Aparecida. Os primeiros
registros de casamento feitos pelo Cura José Pedro de Barros Mello, já
informavam como Capella Curada de Nsa. Sra. Da Conceição da Estiva em 1860, bem
como todos os demais livros de Batismos, Óbitos e Casamentos trazem essa
denominação.
Os primeiros moradores e devotos eram também posseiros
que se estabeleciam nos locais mais apropriados e próximos de estradas e
passagens de rios. Porque se instalariam em locais afastados, de matas
fechadas? É certo que existia um núcleo
de moradores, a maioria mestiços, nas proximidades conforme comprova o Mapas da População, entre
eles Rosa Maria Lopes e não há por que duvidar que tivessem se instalado as
margens da estrada mais próximos da passagem sobre o Rio Três Irmãos.
Considero então que os registros e
tradições orais tem peso tão importante quantos os documentos escritos para
este caso. Alguns detalhes como o roubo da imagem e das pragas rogadas pela
viúva Rosa Maria, não invalidam o restante dos fatos e casos contados.
Nossa Senhora Aparecida –Padroeira de
23 municípios de MG
http://www.descubraminas.com.br/Upload/Biblioteca/0000377.pdf, consultado em 28/12/2018 – acrescentadas
informações básicas de cada local:
Aguanil
– Capela separada de Campo Belo, ~1900;
Antônio
Prado de Minas - ~ 1920;
Arantina
- ~1900;
Arinos
– 1951;
Bandeira
do Sul – 1948;
Brasilândia
de Minas – sem dados, paróquia recente;
Campo
do Meio - ~1906;
Carneirinho
- ~1952;
Conceição da Aparecida
- ~1872 – história semelhante a de Estiva: “Em 1871, passou
a denominar-se Conceição da Aparecida em virtude de uma promessa feita por um
dos doadores dos terrenos a Nossa Senhora da Aparecida. Em 22 de julho de
1872 partiu da fazenda do Macuco uma procissão com o andor de Nossa Senhora da
Conceição, cuja imagem vinda de Portugal,
sob a encomenda do Barão do Carmo, se entronizava na Capela do arraial, quando
foi celebrada a Primeira Missa pelo padre Jones Nery de Toledo Lion, vigário
de Carmo do Rio Claro. A 6 de dezembro
de 1879 a Capela de Nossa Senhora da Conceição da Aparecida se eleva a
categoria de Freguesia. Após três anos, em 1 de agosto de 1882 é a elevação da
antiga capela à Paróquia pela provisão dada e passada na Câmara Episcopal de
São Paulo, cumprindo a Lei nº. 2.544 de 6 de
dezembro de 1879, da Assembleia Legislativa da Província de Minas
Gerais. É a mesma Lei que a elevou a Freguesia.”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Concei%C3%A7%C3%A3o_da_Aparecida, consultado em 29/12/2018.
Dom
Cavati – 1908 primeiros moradores, 1948, distrito;
Estiva
-1830 >1841 – primeira Capela;
Frei
Inocêncio – 1953 elevado a Distrito;
Glaucilândia
– 1899 início do povoamento;
Ilicínia
– distrito criado em 1875;
Ipiaçu
- ~1935;
José
Gonçalves de Minas – 1962 elevado a Distrito;
Manga
– 1923;
Montes
Claros – 1950, cidade é mais antiga, mas padroeira é mais recente.
Ninheira
– 1995, sem dados da Capela.
Riachinho
– 1972, sem dados da Capela.
Serrania
– 1878, criação do povoado.
Tocos
do Moji – 1919, constituição do patrimônio.
União
de Minas – 1960, primeiro povoado.
Lista geral de
Minas Gerais por santos padroeiros:
São Sebastião –
padroeiro de 98 municípios.
Nossa
Senhora da Conceição – Padroeira de 87 municípios.
Santo
Antônio – padroeiro de 79 municípios.
Sant’Ana
– Padroeira de 43 municípios.
São
José – Padroeiro de 43 municípios.
São
João Batista – Padroeiro de 32 municípios.
Senhor
Bom Jesus – Padroeiro de 32 municípios.
Nossa
Senhora do Carmo – Padroeira de 27 municípios.
Nossa
Senhora das Dores – Padroeira de 24 municípios.
Nossa Senhora
Aparecida – Padroeira de 23 municípios.
Divino
Espírito Santo – Padroeiro de 19 municípios.
Santa
Rita de Cássia – Padroeira de 19 municípios.
Nossa
Senhora do Rosário – Padroeira de 18 municípios.
Sagrado
Coração de Jesus – Padroeiro de 15 municípios.
Nossa
Senhora da Piedade – Padroeira de 14 municípios.
São
Gonçalo do Amarante – Padroeiro de 11 municípios.
São
Pedro – Padroeiro de 11 municípios.
Nossa
Senhora da Abadia – Padroeira de 10 municípios.
Nossa
Senhora do Patrocínio – Padroeira de 7 municípios.
Santos
Padroeiros de seis municípios:
Nossa Senhora da Penha; Nossa Senhora da Saúde;
Santa Bárbara; Santa Cruz; São Geraldo Magela;São
Miguel Arcanjo.
Santos
Padroeiros de cinco municípios:
Nossa Senhora das Graças; Nossa Senhora de
Fátima; Nosso Senhor do Bonfim; Nossa Senhora do Pilar; São Domingos Gusmão;
São Francisco de Assis;
Santos
Padroeiros de quatro municípios:
Nossa Senhora da Ajuda; Nossa Senhora da
Glória; Nossa Senhora de Lourdes; Nossa Senhora do Amparo; Nossa Senhora do Bom
Sucesso; Santa Luzia; São Francisco de Paula; São Joaquim.
Santos
Padroeiros de três municípios:
Nossa
Senhora da Boa Viagem (Belo Horizonte); Nossa Senhora da Guia; Nossa
Senhora da Oliveira; Nossa Senhora das Mercês; Nossa Senhora da Soledade; Nossa
Senhora de Nazaré; Nossa Senhora do Livramento; Nossa Senhora dos Anjos / Santa
Maria dos Anjos; Nossa Senhora Mãe dos Homens; Sagrada Família; Santa Helena;
Santa Izabel; Santa Rosa de Lima; São Benedito; São Bento; São Roque; Bom Jesus do Matozinhos;
Santos Padroeiros
de dois municípios:
Cristo
Rei: Lagamar; Montalvânia.
Nossa
Senhora da Consolação: Consolação;
Divinópolis;
Nossa
Senhora da Lapa: Vazante; Virgem da Lapa;
Nossa
Senhora da Medalha Milagrosa: Campina Verde; Monte Sião;
Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro: Lontra; Ponto dos Volantes;
Nossa
Senhora dos Remédios: Caxambu; Senhora dos Remédios;
Nosso
Senhor do Bom Jesus da Cana Verde: Araguari; Tabuleiro;
Santa
Ifigênia: Córrego Novo; Santa Efigênia de Minas;
Santa
Quitéria: Esmeraldas; Ipuiúna;
Santa
Terezinha: Campos Altos; Itaú de Minas (do menino Jesus).
Santíssimo
Sacramento: Jequitibá; Taquaraçu de Minas;
São
Bernardo: Baldim; Claraval;
São
Caetano: Cipotânea; Moeda;
São
Carlos Borromeu: Jacuí; Lagoa da Prata;
São
Francisco de Chagas: Monte Alegre de Minas; Rio Paranaíba;
São
João Nepomuceno: Nepomuceno; São João Nepomuceno;
São
Lourenço: Manhuaçu; São Lourenço;
São
Manoel: Mutum; Rio Pomba;
São
Paulo: Limeira do Oeste; Muriaé;
São
Vicente de Paula: Cônego Marinho; Coronel Pacheco
São
Vicente Ferrer: Formiga; São Vicente de Minas;
Padroeiros de um
município:
Bom
Jesus do Amparo: Bom Jesus do Amparo.
Bom
Jesus do Campanário: Campanário.
Bom
Jesus dos Aflitos: Itamarati de Minas.
Dom
Bosco: Dom Bosco.
Jesus
Cristo: Ipatinga.
Jesus
Menino Deus: Recreio.
Mãe
de Deus: Madre de Deus de Minas.
Menino
Jesus: Gameleiras.
Nossa
Senhora Auxiliadora: Coronel Murta.
Nossa
Senhora da Assunção: Cabo Verde.
Nossa
Senhora da Encarnação: Guiricema.
Nossa
Senhora da Luz: Luz.
Nossa
Senhora da Pena: Buritis.
Nossa
Senhora das Brotas: Entre Rios de Minas.
Nossa
Senhora das Candeias: Candeias.
Nossa
Senhora das Necessidades: Piracema.
Nossa
Senhora das Neves: Ribeirão das Neves.
Nossa
Senhora das Vitórias: Santa Vitória.
Nossa
Senhora do Bom Despacho: Bom Despacho.
Nossa
Senhora do Loreto: Morada Nova de Minas.
Nossa
Senhora do Monte Serrat: Baependi.
Nossa
Senhora do Porto: Senhora do Porto.
Nossa
Senhora do Porto da Eterna Salvação: Andrelândia.
Nossa
Senhora Mãe da Igreja: Três Marias.
Nosso
Senhor dos Passos: Rio Preto.
Santa Catarina de
Alexandria: Natércia.
Santa
Clara: Guaraciama.
Santa
Luiza de Marilac: Marilac.
Santa
Margarida: Santa Margarida.
Santa
Maria Eterna: Santa Maria do Suaçuí.
Santíssima
Trindade: Descoberto.
Santo
Agostinho: Chapada Gaúcha.
Santo
Amaro: Queluzito.
Santo
Hipólito: Santo Hipólito.
Santos
Reis: Engenheiro Navarro.
São
Boaventura: Águas Formosas.
São
Brás: São Brás do Suaçuí.
São Caetano de Tiene:
Brasópolis.
São
Estevão: Iapu.
São
Félix: São Felix de Minas.
São
Francisco de Sales: São Francisco de Sales.
São
Jerônimo: Gurinhatã.
São
João Evangelista: São João Evangelista.
São
Jorge: Nova Módica.
São
Luis Gonzaga: Luisburgo.
São
Mateus: Faria Lemos.
São
Miguel das Almas :Santos Dumont.
São
Pedro de Alcântara: Ibiá.
São
Rafael Arcanjo: Paineiras.
São
Simão: Simonésia.
São
Tiago :São Tiago.
São
Tomás de Aquino: São Tomás de Aquino.
São Tomé: São Tomé
das Letras.
Senhor
Bom Jesus do Livramento: Liberdade.
Senhor
Bom Jesus dos Passos: Passos.
Senhor
Bom Jesus dos Perdões: Perdões.
Relato
de Mauro Pio de Almeida
“Ao
ensejo das comemorações do septuagésimo ano de emancipação política de Estiva,
achei por bem publicar um achado, na verdade um assento de batismo, realizado
em Camanducaia aos 27 de Dezembro de 1823, como segue”: " Familysearch - Camanducaia - Batismos -
1821 - Jan - 1825 Jan. Iamge-38 of 50. INACIO - Capivary PC Mello: Aos vinte e
sete de Dezembro de hum mil oitocentos e e vinte e tres, o Reverendo Capellão
Antonio Pinto Ribeiro baptisou e pos os Sanctos Olleos a INACIO de idade de hum
ano filho legitimo de JOSE LOPES E ROSA MARIA do Bairro do Capivary. Foram
padrinhos João Antonio de Azevedo e Maria Francisca de Moraes todos desta Freguesia
e para constar faço este assento. Coadjutor Joaquim Borges.”
Observação minha: Chama a atenção neste
assento de batismo o nome dos pais da criança levada ao batismo: José Lopes e
Rosa Maria. Em 1823 era moradores do bairro do Capivary, atual Consolação.
Capivay, antigamente pertencia à jurisdição da Freguesia de Camanducaia.
Ainda não tenho informações seguras
para afirmar que esse casal, José Lopes e Rosa Maria também residiram em Estiva
depois disso. Mas, é seguro, segundo vários outros documentos que vários outros
membros da família Lopes ou residiram em Estiva ou nas suas cercanias.. O fato
de o casal em questão ter morado em Capivary, e outros membros do ramo familiar
Lopes terem morado por aqui, é um demonstrativo bem forte que o referido casal pode
ter sim, morado também nas cercanias de Estiva. Outro indício é o fato que no
Mapa Populacional de Pouso Alegre, de 1838, no qual o bairro de Estiva estava
inserido, constar sob o número 23-9-1 - Rosa Maria Lopes - Viuva -55 (anos), 2
- Rita - escrava - Solteira - 14 (anos).
Seria esta Rosa Maria Lopes, em 1838,
já viuva, a mesma Rosa Maria de 1823, moradora em Capivary, que levou seu filho
Inácio para ser batizado em Camanducaia?
Uma questão ainda maior: Se ela morou
em Capivary, por ter mudado para Estiva, e por essa razão ter o seu nome
constado do Mapa Populacional de Pouso Alegre, porém sendo moradora do bairro
da Estiva, que à época pertencia à freguesia de Pouso Alegre. Isto são
hipoteses. Em razão disso, ainda não podemos afirmar que esta Rosa Maria (
Lopes ), seja a mesma que Bernardo Saturnino mencionou, em seu Almanaque Sul
Mineiro de 1874, como sendo a que " morava às margens do rio Três Irmãos
" , sem, contudo, especificar, se na margem esquerda ou na margem
direita..
Quando diz à margem, sem dizer, mesmo
que mais ou menos a que distância, deixa uma dúvida: Tanto pode ser alguns
metros, como pode ser alguns quilometros, como ocorre quando diz que "
Santana Ana do Sapucai ", atual Silvianópolis, situava-se " às
margens do Sapucai ", quando sabemos hoje que está a alguns Km desse rio (
+ ou - 18 Km ).. Mas, o que nos resta: Continuar pesquisando para vermos se
esta Rosa Maria, mãe de Inácio e Rosa Maria Lopes do Mapa Populacional de 1838
e Rosa Maria Lopes informada pelo historiador de Campanha, como a primeira
incentivadora da devoção de Nossa Senhora Aparecida em Estiva, são as mesma
pessoas. Talvez, com estas novas fontes hoje conhecidas, não estejamos muito
longe de conferir a verdade histórica que esta última Rosa Maria Maria Lopes,
não faz parte, apenas, de uma grande coincidência de nomes, mas a verdadeira
ROSA MARIA LOPES que emoldura a primeira história escrita de Estiva, graças à
Bernardo Saturnino da Veiga que assim registrou. . (Mauro Pio de Almeida),
25/12/2018 / 2:30 da madrugada.).”
Resposta
ao Relato de Mauro Pio de Almeida
Na apresentação que fizemos recentemente, comentei sobre Rosa Maria Lopes, onde citei exatamente os
dados do “mapas da população” de 1838, que informa da existência da Viúva Rosa
Maria Lopes, reforçando minha posição de que a mesma existiu e era moradora das
proximidades da atual Estiva, próxima do Rio Três Irmãos.
No Mapas da População se nota que no
Quarteirão 23, existem diversas famílias de sobrenome Moura entre eles Rosa
Maria, que era branca, viúva, não tinha um filho chamado Inacio e tinha apenas
uma escrava. Eram pardos na maioria. Eram pessoas simples. Alguns desses moradores vão ser encontrados
num outro levantamento realizado antes de 1856, que foi o registro paroquial de
terras, justamente como confrontantes dos herdeiros de Anna Esméria Ribeiro/
Vicente Pereria dos Reis (Fazenda da Estiva – doadores do patrimônio da primeira
Capela). Nessa época, 1856, Rosa Maria já
não aparece na lista de proprietários. Creio então que a mesma já tivesse ido
embora de Estiva ou falecido.
Esses
dados reforçam a existência da Viúva Rosa Maria Lopes. Já o Batizado realizado
em Consolação, pode sim ter sido de um filho da mesma Rosa Maria Lopes, mas
pode também ser uma coincidência de nomes.
Minhas pesquisas indicam que ela existiu sim e
foi a primeira devota. Nesse caso, a
tradição oral coincide em vários pontos com os registros históricos. Era viúva,
pessoa simples, morava em local que não foi escolhido para ser construída a
primeira Capela. Talvez por isso não se acredita totalmente no que os “antigos
contavam”.
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